Brincar com as palavras é um Dom... Saber aprecia-las é uma virtude!

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miis you!!!

Um teto branco. Uma luz apagada. Lembra do tempo em que essa era sua paisagem ao acordar? E você podia distinguir cada matiz de branco existente no mundo da inexistência de cor?

Os números vermelhos não te assombravam, gritavam silenciosamente para você acordar e escovar os dentes, porque não havia mais tempo pro banho. Você não precisava correr atrás de um ônibus, você podia se dar o luxo de pegar o próximo metrô. Você mastigava um pedaço de carne mais de 30 vezes, e até conseguia lembrar do gosto dele quando ia assistir televisão.

Relógio de pulso estava fora de moda, e você podia conversar horas com aquele seu grande amigo, e receber horas de reclamações de sua mãe pela conta alta do mês passado. Agora sua mãe se impressiona como você cresceu em tão pouco tempo. Mal sabe ela que você na verdade envelheceu.

E dói saber que naquele minuto que você resolveu aproveitar para estudar mais um pouco, na calada da noite, você deixou de sonhar por mais um minuto.

Você não tem mais tempo para sentir o ar que respira, nem um piscar de olho, nem o fato de que tudo ainda está lá quando a escuridão se desvanece. Você não tem tempo de beijar a testa de sua irmã mais nova, porque o curso de francês te espera. Pardon.

Você só pode escrever monografias e dissertações. As poesias estão relegadas a poeira da inércia, em alguma gaveta junto com o seu romance favorito, o CD de sua banda favorita, o futebol de sexta a tarde, a praia no sábado, o happy hour na quinta.

Uma corrida perdida. Não adianta buscar os minutos que se esvaem.

A diversão é supérflua. Sonhar é supérfluo. Procrastinar é inadmissível. Ponteiros, vida, ou o que restou de uma vida em que antes você podia pensar sobre absolutamente nada, sem se arrepender.


Lembra do tempo, em que o tempo não importava?


Autor Desconhecido

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