A vida em preto-e-branco

Os carros transitam em sentidos opostos
E as pessoas vagueiam com corações partidos.
Divergem sobre suas opiniões e as situações,
Tangiversam sob a fina chuva cinza que cai.
Carregam consigo pensamentos confusos
Sinais de pó depositados em anos de relento
Cada passo dado é um passo à caminho do nada
E a vida sem sentido segue sem explicações.
O único sentimento que impera é o medo
O coração agora é mais um orgão enfadonho
Ele bombeia um sangue escuro e gorduroso
Enchendo as veias de sentimentos nulos.
E o relógio fatalmente bate as horas da morte,
Ela nunca tarda, sempre pontual, sempre chega.
O frio do seu toque é gélido como os que morrem
E a vida se esvai como se nunca tivesse existido.

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